O senador Rogério
Carvalho (PT/SE) concedeu entrevista à Rede Alese na segunda-feira (22). Ele
conversou sobre a proposta de Reforma da Previdência. Segundo a entrevista, o
senador por Sergipe manifestou posição favorável à aprovação da reforma, desde
que não tire direitos dos trabalhadores conquistados ao longo dos anos,
materializando a cidadania. “O governo
federal tem o poder de esmagar o trabalhador do regime geral”, afirma salientando
algumas ressalvas sobre as regras de contribuição.
“Nas regras
da aposentadoria até o início da década passada, o contribuinte se aposentava
na integralidade, pois não tinha que se fazer uma correspondência com a
contribuição que ele fez. Nós temos um problema, que é um esqueleto
previdenciário dos regimes próprios que precisam ser administrados com o tempo.
Nenhuma reforma que fizer agora vai interromper o déficit que a gente tem, pois
ela é pregressa. A maioria dos servidores vão se aposentar com a regra atual.
Portanto, são pra esses contribuintes que se terá que dar um jeito”, avaliou o
senador, frisando que é favor de uma reforma séria.
Propostas
Ele
ressalta que para resolver o déficit da previdência é preciso levantar
recursos para tal, e apresentou algumas sugestões utilizando a própria dívida
como meio resolutivo.
“Poderia
pegar a dívida extra da previdência, que não tem solução, pois às regras novas
não vão resolver, e se fazer uma securitização. O que se faria? Não precisava
pagar. Alongava isso, securitizava essa dívida toda, botava isso para ser pago
em 40 a 50 anos, colocando títulos públicos no mercado, os vendendo com o
comprometimento do Fundo de Participação dos Estados, (FPE) e o dos Municípios
(FPM), em parcela menor do que é comprometido hoje, mas com período maior. Isso
geraria caixa, fluxo, fôlego para a economia do estado aquecer, gerando emprego
e investimentos. Essas parcelas ao longos dos anos vão ficando menos pesadas
para o estado poder honrar e pagar esse passivo”, propôs Rogério Carvalho.
Rogério
Carvalho deixou claro que é favorável a uma reforma como foi feita com os
servidores públicos federais, criando um teto do regime geral da Previdência.
“A partir
dalí, os trabalhadores pagam uma contribuição, o governo paga outra e forma o
Fundo Complementar de Previdência Privada. Pegar as categorias que ganham por
exemplo acima de 4 mil e 500 reais, o Estado daria uma contribuição, o
trabalhador outra e vai para um fundo complementar, se aposentando com o tempo
de contribuição e dentro de uma idade mínima”, destaca acrescentando que na
reforma que o governo federal fez agora, não tratou disso porque já havia sido
tratada em 2013 e não representa praticamente nenhuma economia.
Tapando
rombo
Para o
senador, a proposta do governo tira dos pobres. “Na verdade, ele foi tirar dos
pobres para cobrir o rombo que os ricos produziram. Esses 70% de economia vai
para cobrir o rombo do servidor público mais rico da União, mas não o futuro,
que já foi feito. Veja que injusto: o governo federal pode tirar 70% do regime
geral, fazer economia de 550 bilhões, pegar esse dinheiro, tapar o rombo dele,
da Previdência, do regime próprio dele. E quem vai tapar os buracos do regime
próprio dos estados? De onde vai vir o dinheiro?”, indaga.
O
parlamentar disse ainda haver uma diferença de tratamento na proposta de
Reforma da Previdência. “O governo federal tem o poder de esmagar o trabalhador
do regime geral, que não consegue se aposentar por tempo de serviço, que nunca
consegue comprovar 20 anos de trabalho, 60% dos trabalhadores urbanos não
conseguem se aposentar por tempo de serviço, só por idade, porque não consegue
comprovar que trabalhou 20 anos de trabalho”, lamenta.
*Com
informações da Rede Alese/ Stephanie Macêdo e
Aldaci de
Souza
*Foto: Júnior
Matos
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